Fundada em 1957 em uma pequena aldeia italiana, Internacional Situacionista foi uma organização revolucionária de cunho essencialmente europeu. Os membors dessa organização eram contra o capitalismo e defendiam não só o fim do mercado como também do Estado, e eram adeptos a autogestão generalizada. O ambiente europeu era propício para esse tipo de reação revolucionária, com países de capitalismo avançado no período posterior à Segunda Guerra Mundial, e historicamente marcados. A Europa é o berço da civilização ocidental, e influências advindas da América do Norte ocasionaram mudanças até mesmo nos hábitos tradicionais europeus. O peso da História, nessa hora, era menor que as políticas norte-americanas de reconstrução dos países afetados na última grande guerra. Com a política de reconstrução, os europeus conheceram também o american way of life e a necessidade de velocidade para reprodução do capital.
O capitalismo avançado revelou as contradições sociais a ele inerentes, e s membros da Internacional Situacionista não se basearam na alienação descrita por Marx apenas no âmbito econômico para criticá-lo. A negação do capitalismo aqui não se deu no aspecto da esquerda tradicional a qual todos estavam acostumados. A I. S. preocupou-se em atacar a alienação moderna, colocando não só a economia, mas também o progresso, a democracia e a cultura modernos como sinônimos do capitalismo.
A crítica se dá aos mecanismos apropriados pelo capitalismo para garantir as mudanças necessárias à sua reprodução ampliada, sem que nada mude expressivamente. A esses mecanismos e à alienação moderna completa Guy Debord (o nome mais conhecido entre os membros da I.S.) dá o nome de espetáculo. O capitalismo enquanto conjunto e modo de vida levado pelo homem moderno, que não mais tem o domínio da sua própria vida.
A vida urbana do fim dos anos 50 foi criticada à medida que um Urbanismo Unitário foi proposto. Essa era uma das preocupações centrais da I.S.: um programa, uma proposta de novo urbanismo, crítico ao funcionalismo utilitário da vanguarda artística e arquitetônica da época.
Assim como as situações construídas, o Urbanismo Unitário parte da paisagem urbana atual. Constrói-se a partir daquilo já existente, descobrindo nos meandros da cidade novos usos. Na realidade, o U.U. seria o construto de uma nova situação urbana, de âmbito geral. O método utilizado para reconhecer o conteúdo lúdico da cidade (alusão ao jogo correspondente às situações construídas também) é a Teoria da Deriva.
“Deriva: Modo de comportamento experimental ligado às condições da sociedade urbana; técnica da passagem brusca através de ambientes variados. Emprega-se também, mais particularmente, para designar a duração de um exercício contínuo desta experiência."
fonte: antivalor.atspace.com/is/hermann.htm
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